O jogo começa com 25 minutos onde só dá Porto. O Porto entra forte o suficiente e não entra mais forte porque, penso eu, não quer. Primeiro porque não há necessidade e segundo porque me pareceu, nítidamente, querer pressionar mais atrás para quando ganhasse a bola poder explorar o imenso espaço que o Juventude iria dar e para poder trocar a bola a seu belo prazer se não houvesse situação de golo eminente.
Na segunda parte foi mais do mesmo, com algumas substituições, com um Walter a entrar e a marcar e com mais James Rodrigues.
O golo do Porto passados pouco mais de 10 minutos é o exemplo da pressão mais tardia, linha de meio campo, e exploração do espaço deixado pelo Juventude.
Fora o golo, o Porto esteve bastante tempo a trocar a bola no meio campo adversário deixando surgir as oportunidades de golo naturalmente e através dos médios mais ofensivos.
Cinco pontos a salientar
1. Golos. Estive a ver o "Porto Vintage" que passou minutos antes na SportTv e não posso deixar de fazer um apontamento quanto ao golo do Falcao e às semelhanças do mesmo com o segundo golo do Porto na Final de Viena, com Juari no caso a empurrar lá para dentro. Bola a meia altura, pé sem medo e bola lá dentro. Ao alcance de poucos!
Quanto ao segundo golo, este fala por si.
2. Primeiro toque. Não vi o Porto trocar uma vez a bola ao primeiro toque. Não que eu queira que o Porto jogue como o Barcelona, ou por outra, quero, mas vá, mas gostava de ver o Porto com mais dinamismo, com mais ritmo, com mais "tempo". Este era talvez o jogo ideal, era um jogo em que o desequilibrio colectivo poderia ser bem treinado e, pelo menos nesta primeira parte não o foi.
3. Cantos. Foi preciso chegar aos 37 minutos para ver o Porto marcar um canto directo para a área. Não gosto de cantos curtos só porque são cantos curtos e é mais giro, não me importo de cantos estudados. De facto a maioria dos cantos do Porto foram estudados e, talvez este seja o jogo certo para os meter em prática e daí não vem mal ao mundo. Mas que não correu muito bem não correu.
4. João Moutinho. O primeiro de muitos.
5. André Villas-Boas quer tornar a sua equipa histórica e para isso aposta, e bem, na taça e mesmo contra um Juventude muito inferior apresenta o seu melhor onze. Grande atitude.
James Rodrigues - Como formar um jogador.
Deixei o melhor para o fim. Tinha curiosidade em ver o miúdo jogar pelo que dele diziam e nada me importou não ter jogado praticamente nada até ao momento. É normal, o Porto tem soluções e há que lhe dar tempo. O que é certo é que faz uma primeira parte simplesmente fantástica com uma assitência brilhante. Depois de ter perdido o controlo momentâneo da bola não precisou de tempo absolutamente nenhum para se recompôr e cruzou de imediato. Com mais três tentativas para ele mesmo fazer o golo, com um lance em que Hulk o tenta assistir onde ele está à boca da baliza e viu a bola ser cortada pelo defesa e finalmente no lance do segundo golo onde com um toque de calcanhar começa a desequilibrar para os seus colegas continuarem o trabalho e facturarem mais um para o lado amarelo e azul escuro. Na segunda parte mais contribuições positivas.
De referir que o trabalho portista e de Villas-Boas neste caso preciso de "ainda formação" é fantástico. Com tempo, sem pressão, com confiança e pricipalmente com oportunidade, oportunidade não de jogar, mas de jogar bem, de fazer um jogo que lhe dê a oportunidade de ser decisivo e com isto ganhar confiança para o que aí vem. E o que virá por aí? Bom, em minha opinião fará o lugar de Varela a partir de Janeiro e não mais largará a posição.
Para finalizar, James Rodrigues, o Homem do Jogo.
Obrigado e Bom fim-de-semana,
The Little One.
2 comentários:
Gostas do James Rodriguez? Agradece ao Vieira.
Se o vir mostro.lhe o meu apreço, sem dúvida.
Fez um muito bom jogo, vê-se que tem talento, é uma questão de ver se tem fibra. Mas dá 10 a 0 a um Varela ou a um Christian Rodrigues lesionado e como tal tenho esperança que venha a surgir em força.
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